21 agosto 2008

me contaram.

Outro dia me contaram uma história, típico conto rural, daqueles de antigamente:

Eu tinha aproximadamente dez anos. Sempre tive muitos primos que nas férias da escola eu tinha que me esforçar para decorar os nomes de todos que chegavam na casa de meu vô.

Em cidade do interior tudo acontece, e a história a seguir foi lá. Não eram as férias. E sim dias comuns em que até o vento é novidade.
Meu primo, que morava três casas após a minha, me viu andando sem destino, sem rumo pelo meio do mato que ficava no fundo de nossas casas (um terreno muito grande que hoje é um condomínio) e me chamou para ir com ele até onde os bois ficavam para alimentá-los. Fui.

Chegando lá havia um boi da fazenda vizinha que tinha fugido e não deixava a vaca dele em paz. Queria, creio eu, acasalar. Meu primo não gostando da situação tangeu-o, mas ele pulou novamente o curral de arame farpado. E daquela vez, foi é comer a ração.
Por um instante, como um animal maior que o touro, meu primo pulou e pegou sua faca e, com vários golpes no pescoço, dexou-o tonto.
O touro saiu andando, parou próximo a sua verdadeira residência e deitou.

Eu fiquei proibido de comentar o ocorrido com qualquer pessoa.

Ouvi meu pai falando com um vizinho para informar o pessoal que morava na vila para dividir a carne, caso contrário estragaria.

No outro dia minha tia me perguntou se eu tinha visto alguém diferente, estranho andando pela fazenda, ou próximo. Sem perguntar nada respondi que não.

Meu primeiro grande segredo foi um assassinato.

Um comentário:

Anônimo disse...

Saudações!!!

Só passei aqui pois estou visitando os (as) Blogueiros (as) da Nossa Querida Cuiabá e te encontrei. ufa! (Eu já estava pensando que eu seria o único, rsrsrsr) Agora sei que são mais de 1000.

Um grande abraço e parabéns pelo Blog! _ò/