29 maio 2008

não era uma propaganda

Simples assim:
CENA 01 - INTERNA - ÔNIBUS - DIA.

Rapaz jovem, simpático e arrumado com uma mochila nas costas e um fone de ouvidos entra no ônibus.
Ele procura um lugar para sentar. Percebe que no fundo tem algumas poltronas. Senta na última.
O som alto do The Killers não deixava nada chegar.

CENA 02 - INTERNA - ÔNIBUS - DIA.

Mulher jovem, simpática com uma criança meiga e bonita entra no ônibus. Ao passar pela catraca o menino (de aproximadamente 7 anos) corre e senta no fundo, na frente do rapaz.
A mulher também se senta e começa a conversar com o menino.
O rapaz pára de olhar lateralmente e observa os dois em sua frente.

CENA 03 - INTERNA - ÔNIBUS - DIA.

Sem demonstrar curiosidade, o rapaz diminui o volume de seu celular. E parte para prestar atenção a conversa entre mãe e filho.

Mãe, por que o pai não vai me levar para a escola?
Mãe por que eu não posso estudar de manhã?

...

Depois de alguns segundos calmo, o garoto abraça a mãe, meio atrapalhado nas voltas da velocidade.

Mãe eu te amo.

A mãe abraça mais forte o garoto e fala que também o ama.

Então ele consegue chegar ao ponto final da história:

CENA 04 - INTERNA - ÔNIBUS - DIA.

Mãe, se você me ama mesmo, então me dá um celular!

A mãe, sem ter como responder ao pedido sorri.
Apenas ri.

pensando bem,

Um resumo do resumo da história:
Um amigo me contou que estava com outro amigo no Shopping para assistir filmes.
(vamos chamar assim: o amigo A e o amigo B).

O amigo A encontrou o amigo B por acaso. Ambos sentaram próximos a fila de entrada da sala de cinema.
O amigo B falou para esperar um pouco, que todos entrassem, o amigo A concordou. E um minuto (aproximadamente) depois, ele percebe com uma amiga sua está na fila entrando, então, sem pensar, o amigo A deixa seu amigo B sentado, só, e vai conversar com a amiga, conversa vai conversa vem e o amigo A entra na sala. Deixou o amigo B sozinho lá na frente.

Amigo A entra, senta, conversa, e sai com a amiga.

No outro dia, em seu trabalho, em conversas virtuais, o amigo A recebe uma conversa falando mal dele.

Ele, não querendo prolongar mais. Nem respondeu a terceira pessoa que tomou as dores do amigo B. Ignorou.
O amigo A pediu desculpas ao amigo B pelo ocorrido. E tem certeza que não fez por querer.
Quando ele me contou, eu achei uma palhaçada fazer uma festa dessas por um caso tão idiota.

Há pessoas e pessoas. Ainda bem.

não preciso provar nada.

Ninguém precisa ser bonzinho ou provar que é bonzinho.
eu não preciso.

Não precisamos ser atenciosos com todos. Promoter nem pensar.

Todos nós valorizamos, de alguma forma, quem nos valoriza. Ou quem tem algo a nos oferecer. (eu não esto falando em questões financeiras e nem de interesses terceiros). Falo assim: sou seu amigo porque temos opiniões semelhantes. Sou seu amigo porque trabalhamos juntos, ou estudamos, ou...

Mas tem pessoas que não pensam assim. Preferem o capital.
Eu nem pensar.
Prefiro pessoas.

Há quem pense que o outro está em primeiro lugar. Há quem pense que não.

Há pessoas e pessoas.

20 maio 2008

perdi o horário.

Do nada você percebe que já são duas horas
Da manhã. E depois são três.

No computador você não percebe, ou finge, que o tempo não passa.
Eu falseio.

Ler um livro é mais verdadeiro.
Quando não dá mais, não dá mais.
Ele fica de lado.

Eu posso ir no Orkut, folha on line, Gmail, ou qualquer outro site.
Ver ou ler nem é significante.

Mas as horas passam bem rápido.
E não quero ter tempo a perder.
Boa noite.

09 maio 2008

a gente se acostuma com o fim do mundo.

A gente se acostuma com o fim do mundo.
O calor acaba com a chuva que leva só o que os pobres têm.
A mãe o abandona, o pai a mata.
Você se acostuma a ver o céu cair,
o mundo acabar um pouco a cada dia.
Seu vizinho jogar o lixo no quintal do outro vizinho.

As mudanças são como uma roupa.
A cada dia você tem que ter uma nova.
O eu já não é importante para o outro.
Tudo se torna um elemento a ser pensado,
mas não pensamos em nada,
apenas consumimos,
antes que nos consumam.

E a vida vai.
E a seca aumenta.
E o mato cresce.
E a criança brinca.
E a vida vai e o amor nunca existiu.
E a mentira fica.
E o ódio aumenta.
O dinheiro diminui.
E eu tenho que trabalhar.
E meu Audi está na assistência.

É...
e a gente se acostuma com o fim do mundo.


* a gente se acostuma com o fim do mundo é um título do livro de Martin Page, que usei apenas como primeira e última frase do meu texto.

02 maio 2008

e ela chega!

O tempo passa e eu vejo que já não preciso mais (por enquanto) de alguém
para eu ter como preocupação.
Fico feliz por alguns dias. Até quando não sei, mas vou levando
a gente vai levando.

Você percebe que o tempo que passou não foi perdido,
pelo contrário
aprendeu bastante.

Aprendi a tolerar, mais ainda do que sou tolerante.
Aprendi a respeitar os espaços.
Penso que o respeito é a base de uma civilização.

Ontem conversei muito sobre separações
Conversei com um estranho.
Sobre perdas e ganhos.
No fim ganhei.

Perdas de alguém que não nos quer junto.
Afastamentos.
Ganhos de relacionamentos.
Crescimento e amadurecimento intelectual
De vida.

E rir sem uma idéia fixa,
rir do amigo,
rir da vida,
do amor,
do lado,
sem pensar é muito bom.
Acho que rejuvelhece.