19 fevereiro 2010

notas sobre a ausência

"Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?..."

Tenho sede de cessar a ausência
A ausência de meus amigos, da família, sempre por opção
A ausência de estar junto sempre
A ausência de contato físico com qualquer
A ausência de carinho
Quero matar a ausência

Celular não cala, a ausência
"Te amo" à distância também não

Preciso sentir o calor de vocês por perto, mesmo sem informar da necessidade
Acho que necessito da necessidade
Não quero um viver de ausências
Que ela seja uma exceção.

12 fevereiro 2010

Sobre gaivotas, barulho, mar e choro.

Hoje acordei mais cedo que o habitual. Levantei. Tomei café. Peguei o ônibus de todo dia para o trabalho de todo dia, como toda segunta, terça, quarta, quinta e sexta-feira.

Uma tristeza tomava conta de mim desde os minutos antes de acordar e saber que estava triste. O motivo poderia ser solidão, saudade da infância, saudade..., carência de algo que não sei descrever. O motivo não estava claro, completamente diferente do que se podedia ver da janela do ônibus.

Um sol que às 7h30min já estava castigante, uma praia de mar azul com pessoas felizes e donas de casa passeando com seus animais de estimação pelas ruas do Leblon.

Olhando o mar bater sem vontade nas pedras na estrada do elevado do Joá, as aves procurando por comida nos barcos pesqueiros e eu dentro de um ônibus cheio.

Pensei no dia. Pensei no Diego. Pensei na vida. Pensei na mãe da Isa.
Surge uma coisa estranha na barriga, não era dor, mas uma "coisa" que estava ligada aos sentimentos, algo como a esperança, algo como o desejo da felicidade que desejamos a quem realmente amamos. E chorei.

10 fevereiro 2010

A educação

Hoje saí mais tarde do trabalho e quando isso acontece enfrento um exército de trabalhadores ávidos para chegar em suas casas o mais rápido que conseguirem. Acontece que o metrô do Rio de Janeiro fica minúsculo quando chega 18h. E não importa quem esteja em sua frente, você provavelmente vai ser empurrado para dentro ou para fora do carro em algum momento da viagem.

É fato que já tive que descer em outra estação por conta da superlotação. Espremido entre um senhor e a porta vou eu de Ipanema até o Catete, onde desço.

Do meu lado tinha os bancos destinados aos idosos, gestantes, deficientes e pessoas com crianças de colo. Duas garotas de aproximadamente 15 ou 17 anos estavam sentadas neles, e eu espremido entre uma porta e um senhor que deveria estar sentado em um banco reservado para ele.

Só escuto alguém falando: garota, dá licença para o senhor aqui sentar!

Olho para o lado e não vejo nenhuma delas mover o rosto se quer para olhar quem está falando.

Em alguns segundo eu percebo que muitas pessoas "revoltadas" com a situação começam a falar para uma das garotas saírem do banco.

Na estação seguinte surge um guarda do metrô e as obriga a deixarem livre os bancos.

Todos no carro, comovidos com a ação, vibram. Eu também.


novo?

Mais de um ano sem postar nada por aqui.


Voltando...